A Itália é um país com riqueza cultural milenar. Talvez por isso, e por seus múltiplos talentos, tenha se tornado uma referência em tantos aspectos para o restante do mundo. Os pintores italianos, por exemplo, produziram algumas das imagens mais estudadas ao redor do globo: A Mona Lisa, de Da Vinci, A Criação de Adão, de Michelangelo ou a Escola de Atenas, de Rafael são pinturas emblemáticas e que atravessam os séculos.
A história da construção e o que se passou em monumentos italianos, como o Coliseu, se mistura à história da humanidade. Receitas das tradicionais e populosas famílias italianas são apreciadas em mesas de várias nacionalidades. E há mais uma tradição que, embora menos secular, não se faz menos importante: a moda italiana.
Da moda aristocrática ao pós-Segunda Guerra Mundial, de Armani a Gucci, Versace a Dolce & Gabbana, Fendi a Bottega Veneta, há muito a se contar. E embora muitas vezes as etiquetas levem os nomes e rostos de seus criadores homens, a Itália e o restante do mundo têm muito o que agradecer às mulheres da moda italiana. Sem elas, os saltos, tecidos, trabalhos, lutas, cifras e histórias não seriam os mesmos. Veja abaixo alguns dos nomes que abrilhantaram de passarelas a ateliês.
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Donatella Versace
A designer italiana está à frente da marca que leva seu sobrenome há mais de 20 anos. Nascida em 1955, costumava assistir ao irmão no ateliê da marca por ele fundada em Milão, em 1978. Suas funções eram diversas. Além do suporte e trocas criativas com Gianni, também dirigia campanhas, peças e ações publicitárias, além de responsável pela linha infantil da Versace, bem como pela linha de joias e acessórios. Foi com a morte dele que ela tomou a frente da etiqueta. O caso do assassinato do estilista chocou o mundo nos anos 90 e, recentemente, ganhou uma minissérie no Netflix, chamada “O Assassinato de Gianni Versace”.
Donatella apresentou sua coleção apenas três meses após o crime e foi aclamada pela crítica. Ainda assim, sua história como diretora da grife foi desafiadora. “Eu cometi um erro após o outro quando tentei inserir a essência de Gianni nas coleções da Versace. Mas nunca foi suficiente. Sempre que eu tentava algo novo, as pessoas balançavam a cabeça e diziam: ‘O que ela está fazendo agora?’ Foi só depois de sete ou oito anos que me tornei mais forte e aprendi a lidar com a pressão de ter um gênio como irmão”, contou em entrevista à revista Harper ‘s Bazaar.
História desafiadora e, sem dúvidas, de muito êxito. A marca foi vendida para o Grupo Michael Kors por 2 bilhões de euros. Isso após ter duplicado seu faturamento entre 2006 e 2016. Mesmo com a aquisição por parte do Grupo, Donatella permanece na Direção Criativa.
Miuccia Prada
Miuccia é formada em Ciência Política e foi militante do Partido Comunista Italiano, além de fazer parte do movimento estudantil e feminista. Mas a história da Prada, grife que leva seu sobrenome, começa antes disso. Fundada por Mario Prada e seu irmão, a Prada inicialmente era voltada para design exclusivo de acessórios.
Em poucos anos caiu nas graças da alta sociedade italiana e hoje é uma das marcas de luxo mais conhecidas do mundo. Agora nas criativas e competentes mãos da neta de Mario, a etiqueta viveu e ainda vive seus dias de glória sob direção de Miuccia. Ela foi apontada como uma das mulheres mais influentes do mundo pela revista Forbes, e possui um patrimônio líquido estimado em 2,4 bilhões de euros.
Não satisfeita, a estilista também fundou outra marca, dessa vez do zero, a Miu Miu. Luxuosa, mas mais acessível e jovem que a Prada, a maison leva o apelido de infância de sua criadora.
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Anna Dello Russo
Descendo das passarelas, mas sem ir muito longe, ficando ali pela primeira fileira, temos Anna Dello Russo, jornalista italiana que por nada menos que 18 anos esteve à frente da Vogue Itália. Ao contrário de nomes igualmente famosos que ocuparam a cadeira mais importante das revistas Vogue ao redor do mundo, Anna não tem a aparência sisuda e o ar compenetrado, pelo contrário. É extravagante, e, pelo que dizem, muito divertida.
Ela ganhou fama ao redor do mundo não somente pelo cargo e pelo longo período em que se manteve nele, mas pelo estilo colorido e pelas muitas fotos de street style em blogs especializados. Anna, que nasceu em Bari em 1962, também foi editora da L’Uomo Vogue por seis anos e atualmente está na edição geral e consultoria criativa da Vogue Japan.
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